quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

2 - O QUE É HAPPENING? Série "que parada é esta?"


O happening (do inglês, acontecimento) é uma forma de expressão das artes visuais que, de certa maneira, apresenta características das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase sempre planejada, incorpora-se algum elemento de espontaniedade ou improvisação, que nunca se repete da mesma maneira a cada nova apresentação.
Apesar de ser definida por alguns historiadores como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque, além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público espectador. Para o compositor John Cage, os happenings eram "eventos teatrais espontâneos e sem trama".
O termo happening, como categoria artística, foi utilizado pela primeira vez pelo artista Allan Kaprow, em 1959. Como evento artístico, acontecia em ambientes diversos, geralmente fora de museus e galerias, nunca preparados previamente para esse fim.
Na pop art, artistas como Kaprow e Jim Dine, programavam happennings com o intuito de "tirar a arte das telas e trazê-la para a vida". Robert Rauschenber , em Spring Training (do inglês, Treino de Primavera), alugou trinta tartarugas para soltá-las sobre um palco escuro, com lanternas presas nos cascos. Enquanto as tartarugas emitiam luzes em direções aleatórias, o artista perambulava entre elas vestindo calças de jóquei. No final, sobre pernas-de-pau, Rauschenberg jogou água em um balde de gelo seco preso a sua cintura, levantando nuvens de vapor ao seu redor. Ao terminar o happening, o artista afirmou: "As tartarugas foram verdadeiras artistas, não foi?"
Durante o movimento Provos, de 1964 a 1966, os membros do grupo faziam happening nas praças de Amsterdan.
Em 2007, o Happening, não é ainda uma ferramenta extinta. Como tal, em Portugal, artistas como Miguel Palma que transporta portfólio e currículo provocatório, ou mesmo Francisco Eduardo reivindicando a "também autoria" de todas as exposições da rua miguel bombarda do Porto, levando a mãe a defender o seu trabalho e vestindo-se a rigor com mais 6 pessoas para almoçar na Desportiva com o Director do Museu de Serralves João Fernandes, após um meinho com este último ao meio. Movimento apelidado pelos autores de Projecto Individual, criou uma visibilidade muito própria e tem sido um foco de relativa importância para o meio artístico Portuense.

Principais Referências:


Allan Kaprow (23 de agosto de 1927 a 5 de abril de 2006) foi um pintor estadunidense, assemblagista e um dos pioneiros no estabelecimento dos conceitos de performance.
Ele auxiliou no desenvolvimento de "Ambiente" e de "Happening" nos finais da década de 1950 e da década de 1960, bem como de sua teoria. Seus "Happenings", quase 200, ocorreram durante anos. Gradualmente Kaprow alterou estas práticas para o que ele denominou de "Atividades", trechos de pequena escala para um ou mais performers e objetivando examinar comportamentos e hábitos do dia-a-dia, de uma forma quase indistinta da vida comum. Fluxus, performance, e arte de intalações foram influenciadas por seu trabalho.
Ele estudou composição com John Cage e na famosa classe da New School for Social Research, tendo estudado pintura com Hans Hofmann, e história da arte com Meyer Schapiro. O trabalho de Kaprow visa integrar arte e vida. Através dos Happenings, a separação entre arte e vida, e artista e audiência se torna difusa. Ele publicou proficuamente e foi professor emérito do Departamento de Artes Visuais da Universidade da Califórnia em San Diego. Kaprow é também conhecido por sua idéia de "a-arte", encontrada em seus ensaios "Art Which Can't Be Art" e em "The Education of the Un-Artist".
Sua influência é também evidente no Instituto de Artes da Califórnia, em que ele lecionou durante os anos de sua formação.
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John Milton Cage (5 de setembro de 1912 - 12 de agosto de 1992) foi um compositor musical experimentalista e escritor norte-americano. É o compositor da famosa peça 4'33", pela qual ficou célebre. Composta em 1952, a peça consiste em 4 minutos e 33 segundos de música sem uma nota sequer.
Foi um dos primeiros a escrever sobre o que ele chamava de música de acaso (o que outros decidiram rotular de música aleatória) - música em que alguns elementos eram deixados ao acaso. Também ficou conhecido pelo uso não convencional de instrumentos e pelo seu pioneirismo na música eletrônica. Participou do movimento Fluxus que abrigava artistas plásticos e músicos.
Cage também era um micologista amador e um colecionador de cogumelos.
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Robert Rauschenberg (Port Arthur (Texas), 22 de Outubro de 1925 - Flórida, 12 de Maio de 2008) foi um artista do Expressionismo abstracto e Pop art.
Rauschenberg estudou no Kansas City Art Institute, na Academie Julian em Paris, e com Josef Albers no Black Mountain College na Carolina do Norte, antes de se fixar em Nova York onde estudou no Art Students League of New York e onde desenvolveu relações mais profundas com Cy Twombly, Jasper Johns , John Cage, e Merce Cunningham.
É considerado um dos artistas de vanguarda da década de 50, pois foi nessa época que, depois das séries de superfícies com jornal amassado do início da década, o artista deu início à chamada combine painting, utilizando-se de garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados para a criação de uma pintura composta por não somente de massa pigmentária mas incluindo também estes objetos. Estes trabalhos foram precursores da Pop Art.
Rauschenberg une a pintura à comunicação, privando esta (em sua opinião) de sua aura - conceito desenvolvido nas obras de Walter Benjamin - e dizia não confiar em idéias, preferindo os materiais, pois estes o colocariam em confronto com o desconhecido. O artísta, mais jovem, fez parte do movimento Dadá em Nova York, empregando "processos de collage fotográfica e serigráfica, produzindo impressões diretas de objetos imagísticos sobre placas sensibilizadas" (Thomas, 1994, p. 102).
Acreditava ele que a pintura se relacionava com a vida e com a arte, assim buscando agir entre estes dois pólos. Nessa perspectiva o artista, em Bed (Cama), pinta o que acredita-se ser sua própria coberta, tornando a obra tão pessoal e íntima quanto um auto-retrato, confrontando assim o aspecto pessoal de uma cama arrumada com o meio artístico, ao pendurá-la em uma parede, na vertical. Assim, ainda que a cama perca sua função, ela ainda pode ser relacionada às atividades íntimas nela exercidas.
Nesse ponto, os limites entre a pintura e a escultura são tensionados até sua ruptura, bem como os limites entre o cotidiano e a arte. Os elementos inclusos em seu trabalho fazem referências à cultura popular, enfatizando a teoria de Rauschenberg sobre objetos diários e a arte.
Na década de 60 Rauschenberg usou o silk-screen para imprimir imagens fotográficas em grandes extensões da tela, unificando a composição através de grossas pinceladas de tinta, e ganhou reconhecimento internacional na Bienal de Veneza de 1964.
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Claes Thure Oldenbug (Estocolmo, 21 de janeiro de 1929) é um escultor estado-unidense de origem sueca e é, entre Andy Warhol e Roy Lichtenstein, o mais importante representante do Pop Art americano.
Com Oldenburg, desaparece qualquer vestígio de pintura, permanecem apenas as coisas-imagem, ampliadas e exageradas nas cores berrantes, intrometidas demais num espaço que parece roubar a nossa existência. Tais presenças são exageradas pelo vazio, pela nulidade da consciência. Estando a tratar com uma "sociedade de consumo" mas corrente, a comida: está implícito que a "cultura de massa" também é uma espécie de comida.
Para Oldenburg é a comida americana, industrializada e padronizada: os hamburgers, os hot-dogs, os ice-creams que são diariamente introduzidos em quantidades industriais, como combustível nos fornos, nos tubos digestivos de milhões de americanos. Os modelos não são sequer essas comidas , mas sua publicidade em cores: claro, na sociedade de consumo primeiro vem a imagem publicitária, depois a coisa.
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Roy Fox Lichtenstein (Nova Iorque, 27 de outubro de 1923 — Nova Iorque, 29 de setembro de 1997) foi um pintor estado-unidense identificado com a Pop Art.
Na sua obra, procurou valorizar os cliches das histórias em quadradinhos como forma de arte, colocando-se dentro de um movimento que tentou criticar a cultura de massa.
O seu interesse pelas histórias em quadradinhos (banda desenhada), como tema artístico, começou provavelmente com uma pintura do rato Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Nos seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características da banda desenhada e dos anúncios comerciais, e reproduziu à mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, inicialmente, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das histórias. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Os seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstracção.
Roy Fox Lichtenstein usava cores como: azul marinho, amarelo, vermelho e branco. Ele fazia contornos em preto, para realçar mais suas pinturas.
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Wolf Vostell (Leverkusen, 14 de outubro de 1932 - Berlim, 3 de abril de 1998) foi um artista alemão de prestigio internacional e uma figura fundamental da arte na segunda metade do século XX.
Foi um dos pioneiros da videoarte, do happening e do movimento Fluxus.

Em 1958, iniciam-se as actividades artísticas de Wolf Vostell, com os seus primeiros desenhos, dé-coll/ages, os seus primeiros Happenings e o uso de televisores nas suas obras. Paralelamente ao início da sua ampla criação, Wolf Vostell estabelece a origem do seu Arquivo Vostell, em 1959.
Com grande perseverança e continuidade, Vostell começa a coleccionar minuciosamente documentos fotográficos, textos artísticos, correspondência pessoal com artistas como Nam June Paik, Joseph Beuys, Dick Higgins e muitos outros, artigos de imprensa, convites para eventos artísticos e, sobretudo, livros que reflectem no seu conteúdo os movimentos artísticos dentro dos quais Vostell se exprimiu.
No início da década de 60, Vostell é pioneiro e figura fundamental da Videoarte do Happening e Fluxus, pelo que o Arquivo Vostell constitui uma importante base de documentação sobre estes movimentos artísticos.
Outra parte fundamental do Arquivo Vostell é uma base fotográfica da extensa e multifacetada obra de Wolf Vostell.
O Arquivo Vostell inclui também uma biblioteca geral de cerca de 6000 livros que reúnem todos os géneros da história da arte.
O volume total do Arquivo Vostell compreende aproximadamente 25 000 documentos, que constituem uma base inestimável de informação, investigação e inspiração.
Em 2005, a Junta da Extremadura adquire o Arquivo Vostell e anexa-o ao Museu Vostell Malpartida (MVM).
Em 1992, a cidade de Colónia recebe uma grande retrospectiva da obra de Wolf Vostell, que é distribuída por seis museus diferentes da região. Os museus que apresentaram a retrospectiva foram o Stadtmuseum Köln, Kunsthalle Köln, Rheinisches Landesmuseum Bonn, Kunsthalle Mannheim, Schloss Morsbroich Leverkusen e Städtisches Museum Mülheim Ruhr.
David Vostell realiza um filme documental com o título VOSTELL 60-Rückblick 92 sobre esta retrospectiva.



colaboração da Insurreta Simone Beatriz

2 comentários:

  1. vcs erraram o happenig nao e planejado ,é o ,publico que escolhe o,tema do teatro.#ficadica

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